Carlos A. S. Santos*
Assistimos à menção recorrente daquilo que se entende por 'melhores práticas', na indústria turística. As recomendações, vindas de fontes influentes no meio, são recorrentes, de acordo com a ocasião. Tudo em nome da lembradíssima 'compliance', em tempos de inovações digitais. Muito bem. E na prática, o que se vê?
Não há como escamotear as práticas destoantes da Booking.com. Por mais que se esforce para não ver, o que a organização promove é 'propaganda enganosa', no sentido mais prosaico da expressão. O fato é que a plataforma anuncia um câmbio em valores de dólar comercial. E o consumidor, ao fazer a compra paga pelo câmbio turismo, é onerado em cerca de 4% a mais em todas as operações.
Exemplo: você faz a reserva e paga, com o cartão, uma operação no Exterior. A cobrança vem em dólar turismo. Na propaganda, a Booking.com coloca o valor em reais, no câmbio comercial. No entanto, o consumidor paga em dólar turismo, cerca de 4% a mais, sem falar no IOF (Imposto de Operações Financeiras) de 6,38%.
Nesse contexto, eu diria que está mais fácil conquistar clientes com venda do aéreo do que com o terrestre. O aéreo tem estrutura robusta, as nossas negociações digitais são feitas diretamente. Mas no segmento hoteleiro, enfrentamos a concorrência desigual da Booking.com. Amparados por investimentos vultosos em ferramentas digitais, abusam da ingenuidade do comprador.
Ante os fatos relatados, cabe indagar às instituições que deveriam normatizar e regular certas regras de mercado. Entre elas, Abav e Braztoa. Por que não se lê uma linha sequer refletindo opinião dos dirigentes setoriais a respeito do caso? Há razões plausíveis para se omitir? Afinal, como ficam as propaladas 'boas práticas', na prática?
Carlos Alberto S. Santos
Diretor Geral da RXT Travel
50 anos atuando em Turismo
Atendimento - Segunda a Sexta-Feira das 9h às 18h30. atendimento@rxttravel.com.br
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